6.09.2009

O Pato Donald faz 75 anos


Apesar da forte concorrência dos novos heróis de animação, Donald chama a si a experiência de quem anda pelos filmes para crianças desde 1934. Criado para ser o contraponto do Rato Mickey, tornou-se no bom vizinho, amigo trapalhão e, mais tarde, no apaixonado namorado de Margarida.

Personagem de animação da Disney, a primeira aparição do Pato Donald numa curta-metragem deu-se com The Wise Little Hen (1934). A concepção da personagem foi fruto da parceria de dois íntimos colaboradores de Walt Disney: Carl Barks e Al Taliaferro.

Nessa curta-metragem, Donald surgiu já com os traços que o viriam a celebrizar: o fato de marinheiro preto, o quépi na cabeça e a sua faceta temperamental. O sucesso do filme levou a Disney a autorizar que Donald fosse a personagem principal de uma série de tiras cómicas diárias, publicadas em reputados jornais como o New York Times a partir de 16 de Setembro de 1934.


Taliaferro e Bob Karp criaram uma série de personagens coadjuvantes que ajudaram a aumentar a popularidade de Donald: os seus sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luisinho, a sua namorada Margarida, seu cão Bolívar, o Tio Patinhas, a Vovó Donalda e o seu empregado Gansolino e o seu primo e arqui-rival Gastão.

Muita da popularidade de Donald centrou-se na tipificação do seu personagem e na identificação que a faixa etária mais adulta tinha com as suas características psicológicas em plena época de New Deal: um eterno azarado, trapalhão, pouco inteligente, sem um tostão no bolso, humilhado pelo seu patrão e tio Patinhas e condenado a aturar as travessuras dos seus irrequietos sobrinhos.

Tal como a maioria das personagens Disney, Donald não tem filiação explícita, nem uma data de aniversário definida. Dele se sabe apenas que foi abandonado ainda bebé à porta da Vovó Donalda, que o criou na sua quinta. Apesar disso, em meados dos anos 40, Donald suplantava em popularidade até o Rato Mickey.

A comprová-lo, o êxito de The Three Caballeros (1945), uma longa-metragem produzida por Walt Disney e realizada por Norman Ferguson em que se procurou conciliar animação com actores reais e onde Donald protagonizou um sketch musical juntamente com Zé Carioca e Panchito, personagens criadas por Disney para agradar a um público latino-americano, numa nítida estratégia de marketing. Em 1949, aparece uma revista bimensal sob o título "Donald Duck".

Nesta revista, a maioria das histórias são de autoria de Tony Strobl, desenhador da Disney que já havia colaborado em Snow White and the Seven Dwarfs (Branca de Neve e os Sete Anões, 1937), Fantasia (1940) e Pinocchio (Pinóquio, 1940). Strobl coordenava uma equipa que englobava nomes como Paul Murry, Phil DeLara e Jack Bradbury, este último co-responsável com Barks pela revista do Tio Patinhas.

O sucesso do Pato Donald na Europa fez-se sentir mais na Itália (onde Donald é conhecido como Paperino), tendo a Disney contratado, em 1959, uma série de desenhadores para elaborar histórias para a personagem. Em 1967, a Disney Itália concebeu a personagem de Superpato, identidade secreta de Donald, variação que foi bem aceite pelo público.

Em Portugal, a revista do Pato Donald começou a ser publicada em 13 de Maio de 1981. Mais recentemente, Donald surgiu num pequeno sketch cómico ao lado de Daffy Duck em Who Frammed Roger Rabbit? (Quem Tramou Roger Rabbit?, 1988) e tem sido presença constante na série de animação Duck Tales (1992-2002) para além de curtas-metragens.


in SIC

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